Consórcio dívida ou investimento?

Consórcio dívida ou investimento?

A quitação de dívidas e o saneamento financeiro é o primeiro passo para que as pessoas comecem a investir, afirmam os especialistas. Mas uma questão colocada frequentemente em discussões sobre finanças é: o consórcio é dívida? É sobre isso que vamos falar hoje.

Para responder a essa pergunta, é necessário verificar quais itens são levados em consideração quando falamos em endividamento. Segundo levantamento da CNC, de abril deste ano, o grande vilão do endividamento de consumo a curto prazo é o cartão de crédito, presente em 88,8% das famílias. São seguidos por carnês (18,8%), financiamento de veículos (11,2%), crédito pessoal (9,4%) e financiamento imobiliário (8,6%).

“O consórcio muitas vezes é equiparado aos financiamentos, sendo considerado um endividamento. Mas consórcio e dívida não são a mesma coisa”, explica o economista, Luiz Antonio Barbagallo. 

O que são dívidas?

Barbagallo explica que são consideradas dívidas os recursos que utilizamos e não os temos. Eles são captados através de empréstimos, financiamentos, cartões de crédito, crediários entre outros, e são remunerados pelos juros pagos ao credor. Já no consórcio, as parcelas formam o fundo comum dos investidores, que será utilizado para disponibilizar o crédito para a compra do bem – por isso o consórcio é autofinanciamento.

Sendo assim, antes da contemplação (por sorteio ou lance), o consorciado não é um devedor, mas sim um poupador. Apenas após a contemplação e do uso do crédito ele se torna um devedor, pois passa a deter o bem e precisa pagar as parcelas até o final do plano. Também é por esse motivo que a administradora solicita garantias para liberar o crédito, nos termos do contrato.

“Contudo, apesar de se tornar um devedor após o uso do crédito, os benefícios do consórcio são mantidos, como custos baixos, com parcelas acessíveis, bem como vantagens de barganha que ele pôde obter na compra à vista”, salienta.

Recursos disponíveis exigem foco

Os economistas reconhecem a argumentação de que o ideal é a compra à vista, e destacamos a importância de que as pessoas tenham recursos poupados para eventualidades, ainda mais em um cenário de instabilidade econômica. Porém, ressalta os riscos de ter dinheiro na mão: “os recursos poupados estão disponíveis, e muitas vezes, em uma primeira oportunidade, são utilizados para fins diferentes daquele para o qual a pessoa inicialmente poupou”, diz. 

O presidente executivo da entidade, Paulo Roberto Rossi, complementa lembrando que o consórcio pode ser um grande aliado. “Neste aspecto, o consórcio, por auxiliar no planejamento das finanças pessoais, torna-se um poderoso instrumento de investimento, e não de endividamento”, diz.

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