O aumento da esperança de vida humana

O aumento da esperança de vida humana

Para falarmos sobre o aumento da esperança de vida nos últimos cem anos é necessário buscarmos alguns dados registrados ao longo da história: No começo do século 19, alguém que passasse dos 35 anos já podia ser considerado um sortudo. Em apenas 150 anos, a expectativa de vida no mundo quase dobrou, marcando 62 anos em 1950. De lá para cá, esse número cresce aceleradamente.

O aumento da esperança de vida humana

Hoje, um novo conjunto de descobertas da ciência e da tecnologia – como remédios que tratam apenas as células doentes, edição genética, robótica e inteligência artificial – nos levará a um capítulo inédito na história.

Segundo dados da Organização das Nações Unidas (ONU), até o final deste século, o mundo terá mais de 21 milhões de pessoas com 100 anos ou mais, e o Brasil ampliará a sua população de centenários em mais de 110 vezes, para mais de 1,5 milhão. Com as novas tecnologias, os bebês que nascem agora viverão cada vez mais e chegarão à velhice cada vez mais saudáveis.

Como e por que vivemos mais

Em sua palestra no TED, o escritor Steven Johnson, autor do livro “Uma breve história de como e por que vivemos mais”, afirma que há 100 anos a expectativa de vida média mundial andava entre os 30 e os 40 anos; atualmente é mais de 70 anos.

“A duplicação da esperança de vida humana em 100 anos foi a nossa façanha mais importante. Para se ter uma noção, a nível geográfico, em 1950, somente 5 países do norte da Europa tinham esperança de vida acima dos 70 anos”, explica Johnson.
 

Os países com esperança de vida abaixo dos 45 anos representavam um terço do planeta, na época. Avançando para a história mais recente, em 2015 já não havia mais nenhum país onde a esperança de vida era abaixo dos 45 anos”, completa.

O crescimento acelerado da população

Há 100 anos, havia menos de 2 bilhões de pessoas no planeta, hoje são quase 8 bilhões e esse número não para de crescer. “Temos esse crescimento acelerado da população não porque as pessoas começaram a ter mais bebês, mas porque as pessoas deixaram de morrer e as gerações sobrepuseram-se”, aponta o escritor.
 

Ao longo da palestra, Johnson aponta outros fatores que também contribuíram para o prolongamento dos anos de vida. Além da diminuição da mortalidade nos últimos 100 anos, há o importante desenvolvimento no campo das descobertas da ciência e da tecnologia e o desenvolvimento de vacinas, medicamentos e tratamentos de doenças.

A caminho da imortalidade?

Hoje, todo esse desenvolvimento sugere que, futuramente, teremos a possibilidade de ultrapassar a média dos 110 anos de vida. Mas o que acontecerá se atingirmos isso? Como vamos lidar com essa mudança?
 

Johnson finaliza a exposição do tema com uma reflexão: “avancem na produção da pílula da imortalidade, mas não se esqueçam de colocar as informações no rótulo. Se a primeira grande revolução na saúde humana foi ampliar a média de vida humana, a segunda revolução será como lidar com os impactos deste feito. Na minha opinião, devemos pensar na qualidade da nossa saúde ao proporcionarmos mais décadas de vida”.